Manteiga, banha ou azeite? As gorduras mais usadas na doçaria portuguesa


Para responder à pergunta do título, utilizei a obra Portugal lambareiro, de Guilherme Felgueiras, que foi publicado em 2018 e tem perto de 600 receitas de doçaria conventual, caseira e especialidades regionais. 

Após uma análise de todas essas receitas, cheguei a estes dados que mostram uma diferença muito grande na utilização da manteiga e do azeite no fabrico de doces a nível nacional.


No que diz respeito à fritura dos doces, os números estão mais equilibrados: cerca de 11 receitas para a manteiga, outras tantas para o azeite e uma em que se usavam ambos.

Mas porque os olivais se concentravam mais para o sul, e até ao séc. XVI ainda não tinham passado de Aveiro para cima, o norte do país utilizou a manteiga e a banha na doçaria durante mais tempo, porque o azeite não era muito acessível. São exemplos as receitas dos biscoitos de Lamego, o pão podre de Lousada, dos biscoitos ou roscas de Miranda, dos biscoitos da Teixeira, dos biscoitos de milho (Valongo), ou das bolachas de Vizela.

[Este texto faz parte da comunicação apresentada no Summit Online Azeit'àTona 2021, organizado pelos Azeites do Cobral.]

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