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A mostrar mensagens de julho, 2022

Pampilhos de Santarém

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O pampilho nasceu na pastelaria Bijou em Santarém e tornou-se a imagem de marca da cidade. A receita surgiu há cerca de 30 anos, quando fizeram um bolo novo com massa areada macia mal cozida, recheada com doce de ovos e pincelada com ovo. Por ser retangular, deram-lhe o nome de pampilho, que é o nome que se dá à vara comprida usada pelos campinos do Ribatejo, homenageando-os dessa forma. Apesar de ter sido registada nos anos 80, a receita, por ser simples, foi copiada por várias confeitarias e hipermercados, mas nenhum pampilho vendido por eles se pode comprar ao original. Bibliografia: “Pampilhos”. Disponível em https://noponto.pt/pampilhos/ . [acedido em 2/7/2022]. “Pampilhos”. In Castro, Cristina. A doçaria portuguesa – centro . s.l.: Ficta, 2019, pp. 206-207. Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural. “Pampilhos”. Disponível em https://tradicional.dgadr.gov.pt/pt/cat/doces-e-produtos-de-pastelaria/200-pampilho [acedido em 2/7/2022]. Lança, Filomena. “Pampilho: Um suces

A história do bolo Julinha

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Quem nos segue sabe que gostamos de tradição e valorizamos as memórias. Hoje trazemos-lhe uma história e uma memória da minha infância: O BOLO JULINHA! Vamos então à história:  Nunca soube quem foi a Julinha, mas este bolo, receita da minha Avó Nana, era presença obrigatória em todas as festas de família. Depois da refeição, tínhamos a certeza de que ele ia ser uma das sobremesas. E, depois da refeição, eu, a minha mãe e as minhas duas avós ficávamos à volta da mesa a falar e a comer mais um bocadinho do bolo e a beber uma chávena de cevada ou de chá. Por tudo isto, associo o bolo Julinha à família reunida e transporta-me, especialmente, às minhas festas de aniversário celebradas em casa com as minhas amigas, como era normal na altura. É um bolo fofo e saboroso, recheado e coberto com as variantes de creme de manteiga, creme moka ou um dos dois com amêndoas (cortadas em palitos e torradas) espetadas a toda a volta. Como bolo de aniversário, usava outra opção: recheava-o e cobria-o com

Palha de Abrantes

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A Palha de Abrantes é um doce de origem conventual, mais concretamente do antigo Convento da Nossa Senhora da Graça, da Ordem das Dominicanas. Na verdade, não é um doce, mas sim um docinho feito à base de gemas de ovo com amêndoa, coberto por fios de ovos ligeiramente tostados no forno bem quente. É lindo, como podem ver na imagem! O nome veio da sua parecença com a palha que passava por Abrantes vinda do Alentejo e caminho dos estábulos de Lisboa, ou da associação ao mercado da palha realizado em algumas praças do cento histórico. Diz-se que a receita feita no convento era a seguinte: partem-se 34 ovos e tiram-se-lhe as claras e as peles. Põe-se 1 quilo de açúcar ao lume com uma pouca de água e, depois de ferver um bom bocado, fazem-se os fios com o funil próprio. No mesmo açúcar deitam-se outros 24 ovos bem batidos (mas só 10 claras) e deixam-se cozer. Ficam assim feitas as sopas que se colocam na travessa por debaixo dos fios. À receita antiga foram acrescentados alguns ingredientes

Canja à Vila-Franquense

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Canja à Vila-Franquense é uma marca gastronómica do Município de Vila Franca de Xira e é uma canja de frango substancial com carne de porco (chispe e chouriço) e alcatra, que são dos animais criados no campo e com outros ingredientes de fácil acesso. Esta é a receita disponibilizada pela Câmara Municipal de Vila Franca de Xira que parece deliciosa. Quem é que se atreve a experimentar? Ingredientes: ½ frango do campo com miúdos ½ chispe de porco  250g de carne de vaca (alcatra) 2 cebolas 3 cenouras 4 dentes de alho 70g de chouriço de carne 1 folha de louro 150ml de vinho branco Encostas de Xira 4 litro água 200g de massa tipo pevide 1 limão folhas de hortelã, sal, pimenta, molho inglês, tabasco e azeite a gosto Preparação: Cortar em pedaços o frango do campo (manter os miúdos inteiros), o chispe de porco e a carne de vaca. Temperar as carnes com um pouco de sal e colocar no frigorífico durante 1 dia. Num tacho, cobrir o fundo com azeite e deixar aquecer.  Adicionar as cebolas cortadas g

Torricado de bacalhau da Azambuja

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O torricado de bacalhau era um prato típico dos trabalhadores rurais da Azambuja e das redondezas. Quando ia passar vários dias e noites na lezíria, o campino levava os ingredientes no alforge para as suas merendas e o torricado era um dos pratos mais comuns: o pão saloio, que ia secando ao longo dos dias, era partido, davam-se-lhe uns golpes com a faca ou a navalha, e era torrado dos dois lados nas brasas da fogueira onde, de seguida, era assada a posta fina de bacalhau.  Enquanto esta assava, descascava-se um dente de alho e esfregavam-se as fatias de pão dos dois lados, regava-se com um fio de azeite e temperava-se umas pedrinhas de sal. A posta de bacalhau era colocada por cima do pão e comia-se. Bibliografia: “Torricado d'Azambuja”. In Terra Velhinha . Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=7A5VWORozOU [acedido em 2/7/2022]. imagem: Câmara Municipal da Azambuja

Almeirim: sopa da pedra e caralhota

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A sopa da pedra Quase todos já ouviram falar da lenda do frade que fez um caldo a partir de uma pedra: Um frade andava no peditório. Em determinada altura, cheio de fome, chegou à porta de um lavrador e aí nada lhe quiseram dar. E ele disse aos da casa: – Vou ver se faço um caldinho de pedra. Apanhou uma pedra do chão, sacudiu-lhe a terra e pôs-se a olhar para ela a ver se era boa para fazer um caldo. A gente da casa pôs-se a rir do frade e da sua lembrança. Perguntou o viandante: – Então nunca comeram caldo de pedra? Só lhes digo que é uma coisa muito boa! Responderam-lhe: – Sempre queremos ver isso. Foi o que frade quis ouvir. Depois de ter lavado a pedra falou assim: – Se me emprestassem aí uma panelinha… Deram-lhe uma panela de barro. Ele encheu-a de água e meteu a pedra dentro. – Agora, se me deixassem estar a panelinha aí ao pé das brasas… Deixaram. Assim que a panela começou a chiar, disse ele: – Com um bocadinho de unto é que o caldo ficava um primor! Foram-lhe buscar um pedaço