Palha de Abrantes

A Palha de Abrantes é um doce de origem conventual, mais concretamente do antigo Convento da Nossa Senhora da Graça, da Ordem das Dominicanas.

Na verdade, não é um doce, mas sim um docinho feito à base de gemas de ovo com amêndoa, coberto por fios de ovos ligeiramente tostados no forno bem quente. É lindo, como podem ver na imagem!

O nome veio da sua parecença com a palha que passava por Abrantes vinda do Alentejo e caminho dos estábulos de Lisboa, ou da associação ao mercado da palha realizado em algumas praças do cento histórico.

Diz-se que a receita feita no convento era a seguinte: partem-se 34 ovos e tiram-se-lhe as claras e as peles. Põe-se 1 quilo de açúcar ao lume com uma pouca de água e, depois de ferver um bom bocado, fazem-se os fios com o funil próprio. No mesmo açúcar deitam-se outros 24 ovos bem batidos (mas só 10 claras) e deixam-se cozer. Ficam assim feitas as sopas que se colocam na travessa por debaixo dos fios. À receita antiga foram acrescentados alguns ingredientes como folha de obreia e a amêndoa moída. 

Há também quem diga que a receita surgiu por acaso, como tantas outras, quando, no Mosteiro de São Domingos de Abrantes, um monge preparava calda de açúcar, enquanto outro batia gemas de ovos. A determinada altura, um dos monges atiçou a fornalha de tal maneira que começaram a cair faúlhas sobre a calda de açúcar que já estava em ponto. O monge que batia as gemas começou a retirar as faúlhas cuidadosamente com o auxílio de uma escumadeira. Um terceiro monge, ao ver que estavam a cair as gemas de ovos, sugeriu que se colocasse o recipiente da calda por baixo e, na calda de açúcar, começaram a formar-se uma espécie de palha de fios de ovos.

Qual das histórias é que acha mais verosímil?

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